Bebês com microcefalia nascem com perímetro cefálico menor do que a média. O problema pode ser provocado por uma série de fatores, desde desnutrição da mãe, abuso de drogas até infecções durante a gestação, como rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus.
"Não há registros de uma situação como essa na história recente", disse Cláudio Maierovitch, diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis. O Ministério da Saúde acompanha a situação desde 22 de outubro, quando foi informado pela Secretaria de Saúde de Pernambuco sobre o repentino aumento nos casos. Uma equipe de saúde pública tenta determinar as causas do surto, revisando prontuários e outros registros de atendimento médico das gestantes e dos recém-nascidos com a anomalia. Seguindo protocolos internacionais, a Organização Mundial de Saúde foi informada sobre as ocorrências.
Suspeita - Embora o Ministério da Saúde ainda esteja investigando as causas do aumento de casos, uma das suspeitas é a contaminação da mãe pelo zika. Transmitido pelo Aedes aegypti, o mesmo mosquito que provoca a dengue, o vírus causa febre, coceiras e manchas vermelhas pelo corpo. A doença chegou ao Brasil neste ano e atingiu principalmente Estados do Nordeste.
O aumento de casos de bebês com microcefalia coincide com o período em que gestantes poderiam ter tido contato com o vírus. No início do ano, Pernambuco enfrentou uma epidemia de dengue e zika. Foram contabilizadas 113.328 infecções no Estado, cinco vezes mais do que havia ocorrido em 2014.
"É ainda uma suspeita. Mas boa parte das mães apresentaram em comum justamente as manchas pelo corpo durante os primeiros meses de gestação", contou o professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e colaborador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Carlos Brito.
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